sexta-feira, 6 de janeiro de 2012

Pepsi, a eterna segunda opção


Já presenciei várias vezes a mesma situação. O cliente chega no bar ou restaurante e pede uma Coca-cola, mas o estabelecimento não tem o refrigerante. O garçom esperto oferece logo uma alternativa: “tem Pepsi, pode ser?”. O fato deve ser tão recorrente que a empresa assumiu em sua publicidade a postura de eterna segunda opção: “Pode ser bom, pode ser Pepsi”.



Obviamente a agência responsável pela campanha puxou a ideia para o lado positivo. Você nunca provou uma coisa, mas ela pode ser boa. Ou acontece um imprevisto, mas a experiência pode ser boa. Os comerciais então abusaram de situações inusitadas, sempre com um resultado positivo para a pessoa que optou pelo não usual.


Mas hoje foi veiculado um novo comercial, onde o personagem central é o técnico de futebol Joel Santana que ficou famoso mundo afora depois de treinar a seleção sul-africana. Joel não dominava o inglês, mas conseguia se comunicar com os jogadores usando apenas algumas palavras do idioma e alguns gestos. No Brasil e acho que na própria África do Sul, o técnico passou a ser motivos de piadas pelo seu inglês limitadíssimo.

O incrível é que esse último anúncio deixa a situação ainda mais clara. Se nos demais a coisa girava em torno de algo que não é conhecido ou inesperado, mas que se tornava uma experiência boa, agora a situação reforça um ponto fraco da pessoa e também do produto. Você é muito fraco em inglês, mas mesmo assim pode se dar bem com as gringas. A pepsi é muito fraca, mas ela vai resolver seu problema naquele momento. Ou seja, a Pepsi é realmente uma alternativa meia-boca.

Um comentário:

Kiko Mourão disse...

Interessante análise Fabrício