quarta-feira, 24 de outubro de 2007

Heranças do Funcionalismo

Nesta semana a Varig lança sua nova identidade corporativa desenvolvida pela agência DM9DDB. A empresa busca rejuvenescer a marca e aliviar o mal-estar provocado pela época de declínio que viveu a companhia. Esse lançamento é algo bastante oportuno para discutir alguns pontos positivos trazidos pelo Design Funcionalista do início do século passado. Atualmente, essa vertente vem perdendo espaço para uma estética pós-moderna que derruba alguns fundamentos promovidos pela turma da Bauhaus, De Stijl e Construtivistas.

O Funcionalismo propiciou bases estruturais para as artes visuais aplicadas, trazendo fundamentos teóricos e padrões técnicos. A busca pela funcionalidade e viabilidade técnica aproximou ainda mais o design da indústria, viabilizando a produção em escala e economia. Atualmente, essa vertente é vista como excessivamente rígida e seus paradigmas como tabus a serem quebrados. Tudo isso é muito normal em uma época pós-moderna, onde teorias acadêmicas são questionadas. Porém a importância do funcionalismo não pode ser negada. As identidades corporativas são bons exemplos da aplicação de seus ideais. Os fundamentos dessas identidades vêm justamente da padronização e os primeiros “cases” são do período incial do funcionalismo, de profissionais que bebiam dessa fonte. Reconheço esse legado nos meus próprios trabalhos de identidade, claro que de maneira reduzida devido ao tamanho das empresas que atendo.

Aproveito essa reflexão para indicar um livro que analisa o debate entre funcionalismo e o design mais “decorativo”. “Design Gráfico Cambiante”, de Rudinei Kopp, discute a atual produção do design gráfico, que ao mesmo tempo reflete referências e ruídos do mundo de hoje e as heranças e fundamentos do funcionalismo.

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